Pecuária

Gado Bovino

Raça alentejana em linha pura

A nossa exploração agrícola, que hoje em dia é detentora de 1200 vacas da raça alentejana em linha pura, é sócia fundadora da Carnalentejana, empresa que comercializa a carne de bovinos da raça alentejana dos accionistas. A Carnalentejana inicia a sua actividade em 1992 com o intuito de lutar contra as más práticas levadas a cabo pelos intermediários da carne, que comprometia a qualidade da mesma e punha em causa todos os valores pelos quais os agricultores sérios sempre pautaram a sua actividade. Actualmente a Carnalentejana é composta por 140 associados, cada um com a sua exploração agrícola integrada havendo uma simbiose entre a produção pecuária e a cerealífera, pois uma actividade complementa a outra. Hoje em dia a Carnalentejana tem o seu processo produtivo certificado por uma empresa independente , que é a Certis e o seu sistema de gestão empresarial certificado pela Lloyd´s Register Quality Assurance.

O maneio do gado é levado a cabo em regime extensivo, ou seja, os animais raramente estão estabulados, comem o que a terra produz, e algumas forragens semeadas para serem pastoreadas directamente. Você pode encontrar facilmente a Carnalentejana nas grandes superfícies comerciais e supermercados das cadeias de distribuição nacionais sempre com este símbolo –

Para se pertencer a este agrupamento de criadores tem de se possuir vacas da raça alentejana em linha pura inscritas no livro geneológico da raça, que por sua vez é gerido por uma Associação independente da Carnalentejana, que é a Associação de Criadores de Bovinos da Raça Alentejana que dá apoio aos criadores ao nível da manutenção dos padrões da raça em diversas fase do desenvolvimento dos animais.

O que comem os animais?

O sistema de maneio do bovino alentejano, comum a todas as explorações pertencentes ao agrupamento, caracteriza-se pelo aproveitamento das pastagens naturais na primavera sendo esta a época ideal das parições, devido ao índice nutricional das pastagens. A partir do início do Verão dá-se o aproveitamento dos restolhos dos cereais, prática normal e muito importante à manutenção dos efectivos logo que as pastagens naturais começam a rarear.

No final do Outono o Montado de Azinho e Sobro começa a dar os seus frutos, cujas bolotas e landes permitem dispor de uma reserva alimentar. No Inverno e dependendo das chuvas e do frio começa-se a dar palha resultante também ela da produção cerealífera assim como se pode aproveitar algumas forragens que tenham sido semeadas no Outono e que em Janeiro/Fevereiro podem ser aproveitada pelas vacadas, nomeadamente, a Aveia.

Época de reprodução

Tradicionalmente as épocas de reprodução, fazem-se com a entrada dos touros para as vacadas em setembro e outubro, para que deste modo as fêmeas venham a ter os seus partos no final da primavera, de maio e junho para a frente, isto porque assim vem paridas na altura em que a sua condição corporal é a melhor ao longo do ano pois a primavera é a altura em que os animais mais alimento tem ao seu dispor, aliado a este factor está também o facto de ser tradicional e vulgar o aproveitamento de restolhos no verão o que permite uma alimentação com um valor nutritivo médio, e assim os vitelos terão um maior peso ao desmame pois com vacas em boas condições todo o seu potencial leiteiro é explorado.

O Maneio

Nas manadas da Carnalentejana existem três grupos distintos, as Vacas de Reprodução, os Touros Sementais e os Bezerros/as dos quais resultam outros quatro sub-grupos Novilhos para Abate, Novilhas para assegurar continuidade de Reprodução, Novilhas para Venda e Novilhos para Semental.

As Vacas

Todas as Vacas pertencentes à Carnalentejana têm de ser filhas de pai e mãe inscritos no livro geneológico da raça estando elas próprias inscritas no mesmo livro.

A vida das Vacas é sempre em regime extensivo, ou seja, pela planície alentejana seguindo uma dieta à base de pasto natural, restolhos, bolotas e lande, ramas de azinho e sobro, palha, pastagens semeadas e aveia. O seu ciclo de vida ronda os 13/14 anos correspondendo a 11/12 anos de reprodução continuada em regime livre e através de inseminação natural. O período de gestação de uma Vaca é de 9 meses.

No final do seu ciclo reprodutivo as Vacas de reforma são substituídas pelas suas descendentes de linha pura sendo a sua carne é aproveitada para os picados da Carnalentejana, como: Hamburgers, Almôndegas, Carne Picada e Salsichas; à excepção dos lombos e das vazias que são ultra-congeladas comercializadas através da restauração.

Touros Sementais

Todos os Touros pertencentes à Carnalentejana têm de ser filhos de pai e mãe inscritos no livro geneológico da raça estando eles próprias inscritas no mesmo livro.

Os touros devem ser comprados em leilões, levados acabo pelos associados do agrupamento com o intuito de preservar a raça evitando consanguinidades nas manadas. Estes animais são reis do seu território e responsáveis de um harém que ronda as 40/50 vacas. O seu ciclo de vida ronda os 14/15 anos correspondendo a 12/13 anos de actividade reprodutora continuada em regime livre e através de inseminação natural.

Aquando do seu final de vida, a sua carne é aproveitada para os picados da Carnalentejana, como: Hamburgers, Almôndegas, Carne Picada e Salsichas; à excepção dos lombos e das vazias que são ultra-congeladas comercializadas através da restauração.

Bezerros/as

Os Bezerros/as são os filhos resultantes da reprodução natural existente entre Vacas e Touros, todos eles tem de ser incritos no livro de nascimentos da raça. Estes animais demoram assim como nós humanos, nove meses para se formarem e finalmente nascerem, os seis meses seguintes são passados junto das suas mães inseridos nas vacadas. Normalmente o rácio de nascimentos é 50% machos e 50% fêmeas.

Após os seis meses de aleitamento materno, as crias são desmamadas e afastadas das vacadas e é nesta fase que são criados os outros sub-grupos:

Novilhos para Abate/Novilhos para Semental

Após um mês de apartados das mães os bezerros são separados por género e levados para o campo onde são criados em regime extensivo com a mesma dieta alimentar que qualquer outro efectivo. Passados uns meses os Bezerros são passados à manga e observados pelos técnicos da Associação de Criadores de Bovinos da Raça Alentejana que elegem os novilhos que não possuem traços de exemplares da raça e aqueles que tem provável potencial para serem reprodutores.

Os que são eleitos como sementais são criados à parte e posteriormente transferidos para outra vacada ou vendidos em leilão a outro criador associado da Carnalentejana.

Os Novilhos para Abate, vivem até aos 18/20 meses vivendo a sua vida em regime extensivo com a mesma alimentação que qualquer outro efectivo à excepção dos últimos dos meses de vida, onde estes animais são alimentados à base de uma ração elaborada de cereais exclusivamente produzida para a Carnalentejana por duas fábricas de rações contractualizadas para fornecer essa fórmula exclusiva.

Esta ração serve nada mais nada menos que, para limpar a carne, ou seja, o facto dos animais crescerem em regime extensivo a sua carne é vermelha escura cor de sangue intenso e esta ração serve para tornar a carne mais limpa adquirindo uma tonalidade vermelha viva. Este passo está inserido no caderno de encargos da Carnalentejana de forma a conseguir uma homogeneização da carne uma vez que os animais não são provenientes de uma só exploração agrícola, mas de 130 herdades com condições particulares de clima, pastagens e território.

Novilhas para Venda/Novilhas para assegurar continuidade de Reprodução

Ao fim de uns meses no campo a pastar as novilhas são passadas à manga para uma observação mais minuciosa por parte dos técnicos da Associação de Criadores de Bovinos da Raça Alentejana que elegem as novilhas que são puras a 100% daquelas que tem alguma degeneração genética, uma mancha branca na barriga o facto de serem mais claras entre outros traços identificáveis a olho nu.

As que são consideradas puras são mantidas para mais tarde substituírem as Vacas de Reforma, ou caso haja muitas novilhas pode-se dar o caso de serem vendidas em leilão a outros criadores. As novilhas que contêm traços de impureza são vendidas em leilões abertos ao público.