Alexandre e a sua Grande Equipa

Alexandre e a sua Grande Equipa estão de volta…

Na passada semana teve lugar no Restaurante Narcissus, instalado dentro do imponente Hotel Marmòris em Vila Viçosa, um Jantar cantado a duas vozes dirigido pelo Chef Maestro Alexandre Silva (Ex-Bocca). De um lado os vinhos da Torre do Frade, do outro, as magníficas combinações criadas pelo Chef e pela sua Grande Equipa.
Devo confessar, que este foi o Jantar Vínico Torre do Frade melhor conseguido ao nível da simbiose, iguaria/ vinho. Mas desengane-se quem pense que este resultado é fruto do acaso, porque não é. Um mês antes do evento, eu, (Diogo) estive com o Chef Alexandre e com o seu Chefe de Sala, Sérgio Caldeira a provar os vinhos e a discutir que tipo de iguarias e quais os sabores e aromas que deveriam ou não caber dentro de cada criação. O primeiro passo estava dado e os traços mestres do guião desenhados. Passados quatro dias o Chef fechou o Menu com uns toques “daqui e dali”, mas sempre a provar e a testar os vinhos com a ementa idealizada.
O jantar ainda não tinha começado a decorrer e o sucesso já estava garantido, uma vez que a sala lotou e infelizmente houve diversas pessoas que não tiveram o privilégio de viver o que viria a seguir.

 

…Em pé

Para equilibrar a frescura vibrante e a boa intensidade aromática do VIRGO Branco 2012, o Chef recebeu-nos com um Tártaro de Novilho com Toffe e uma Salada de Pluma com Chutney de Frutos Tropicais e emulsão de Citrinos, ambas as criações casaram bem com vinho, sendo que, na minha opinião, o vencedor acabou por ser o Tártaro, pois a frescura do prato e a dureza da carne crua fizeram o match perfeito com a acidez do VIRGO, trazida pelo Arinto e a largura do Viognier encarregou-se de restabelecer a harmonia no nosso palato. A Salada de Plumas era o vencedor declarado à partida, mas o Chutney revelou-se ligeiramente adocicado a mais, não deixando de ser agradável, apenas perdeu o papel principal desempenhado neste caso pelo Tártaro.

 

 

 

 

 

 

Quando passámos à Sala tomaram a palavra Fernando Carpinteiro Albino (Administrador da Torre do Frade) e o Eng.º Paulo Laureano, Enólogo da casa. O nosso Capitão (nickname de FCA dentro do seio da Família) congratulou o dono daquele empreendimento Turístico por ter a coragem de investir no nosso Alentejo com um produto de Excelência. O Eng.º Paulo pôs a nu a Paixão que a nossa Família coloca nos vinhos da Torre do Frade e fez um desafio ao Prazer que todos iríamos ter ao viver aquele jantar.

…Na mesa

O começo foi em beleza, primeiro pelo porte das Magnum de Torre do Frade Viognier 2011 que foram um regalo para os olhos e puro espetáculo para as papilas gustativas dos presentes. O Prato que acompanhou tamanho vinho, deixou-nos a todos arrebatados, – Bochecha de Porco Alentejano, Molho de Batata e Espuma de Alho Assado. A confecção da Bochecha estava divinal e a combinação dos elementos do prato revelaram uma harmonia fantástica proporcionando uma grande dose de prazer. No final de cada garfada lá se colocava a boca no copo e o resultado não podia ser melhor:  – a untuosidade da carne ligava muito bem com a largura do Viognier e a frescura e secura do vinho equilibravam a ligeira doçura aportada pela conjugação de sabores presente no molho.

…Canto II

Borrego Grelhado com especiarias, Chalotas e Favinhas. Este prato expôs a maestria do Chef em casar o prato com o Vinho servido, o VIRGO Tinto 2010. Este vinho tem um equilíbrio fantástico da fruta com o especiado/fumado da madeira, acompanhado por uma frescura muito interessante dos píncaros dos seus 12,5° graus. Esta é uma graduação muito pouco usual num tinto do Alentejo! É de facto um vinho muito agradável de se beber, apresenta-se muito elegante e com um corpo muito delgado que é por vezes, suportado pela frescura que tem. Quando o Chef apresenta Borrego para acompanhar com o VIRGO, a minha primeira reacção foi de medo! Porque normalmente o borrego é uma carne muito intensa e o vinho deverá ter uma largura capaz de equilibrar toda essa profundidade de sabor, para que no final a harmonia seja perfeita. Mas o trabalho de casa estava muito bem feito e mais uma vez a confecção da Carne estava no ponto da perfeição sendo a peça de carne apresentada um lombinho de borrego que só por si é menos intensa do que qualquer outra parte do animal com mais gordura entremeada. O próprio molho foi enriquecido com o VIRGO Tinto,  que ajudou na ligação. O toque vegetal das favas e o adocicado das chalotas ajudaram ainda mais a “enturmar” uma coisa com a outra.
Depois de uns “capotaços” arrojados e de uma faena bem preparada, só faltava saber se o Chef levava para casa as duas orelhas, ou as duas orelhas e o rabo! Olé!!

 

 

 

 

 

 

 

…Canto III

O último prato foi um Rabo de Boi estufado, Puré de Cherovia e Legumes Glaceados que fizeram um par de luxo com o Torre do Frade Reserva 2007, por todas as razões e mais algumas. O Rabo estava desfiado e enformado, estando a sua textura e suculência no ponto óptimo. No final da confecção, as formas levaram uma “entaladela” ne grelha ficando o topo crocante (Inacreditável textura e sabor!!!). O Puré de Cherovia apresentava um toque adocicado com um ligeiro acre, tipo nabo, e os legumes trouxeram mais uma vez a vertente vegetal. O comportamento com o Torre do Frade Reserva 2007 foi irrepreensível, conseguindo a intensidade do prato equilibrar com o vinho desde o primeiro momento. A frescura e largura do vinho aguentaram o poder do “Rabo” e dos seus sucos. Os  seus aromas, especiados e mentolados, harmonizaram-se com o Puré e os legumes glaceados.

Confirmou-se literalmente, que naquela noite memorável a equipa ia levar as duas Orelhas e o Rabo. Torero, Torero !!!

… Estucada Final

Sopa de Amoras, Amêndoa Torrada e Gelado de Queijo de Ovelha Amanteigado. Esta sobremesa surpreendente teve a companhia do grande Torre do Frade Reserva 2005, um Tinto que revela um encanto especial e que vai ser difícil de esquecer para quem viveu este jantar. Esta era uma combinação complicada onde o Chef foi buscar os elementos mais evidentes do vinho, nomeadamente, através das amoras, dos frutos secos e dos torrados casando-os pelo complemento. Contudo, o grande desafio era o Gelado de Queijo, que se revelou uma grande surpresa pela sabor genuíno e autentico. A frescura e a largura de boca do vinho conseguiram equilibrar a gordura e a cremosidade do queijo.


E assim se conta a história deste Jantar que ficará certamente na memória de quem lá esteve.

P.S. – Parabéns ao Chef e a toda a sua equipa, começando na preparação passando pela execução e terminando no serviço de sala. Longa Vida ao Alexandre e à sua Grande Equipa!!!

 

Obrigado

Diogo Albino

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